Destinadas à Maria
quinta-feira, 25 de julho de 2019
domingo, 7 de julho de 2019
Outra mãe também chora pela água que não apaga o incêndio
Outra mãe chora pela bala perdida que entrou na escola
Mães choram pela bala perdida por causa da cor
E outras choram pela alma do filho que ainda não descansou
E os outros apenas colocam listas em fotos como ajuda maior.
É, a Terra anda atordordoada e não sabemos para onde ir.
sexta-feira, 9 de novembro de 2018
Espinhos
Depois disso ela disse não
Meu sangue bombeou mais rápido
meus olhos lacrimejaram
meu dedo ainda dói.
Furei um dedo com espinho de uma Palma
planta sertaneja, que vive sem água
por fora só espinho e por dentro é alagada
Furei o dedo com espinho, quero trocar o ninho de árvore
não resta-me mais nada, só saudade.
Furei o dedo com espinho e o ninho quer mudar de casa.
domingo, 19 de novembro de 2017
domingo, 1 de outubro de 2017
sábado, 16 de setembro de 2017
sábado, 26 de agosto de 2017
Nuvem
Tão distantes são os peixes de nós, mas as nuvens nem podem ser tocadas, se pudéssemos a paixão se confundiria com o mar.
domingo, 20 de agosto de 2017
quarta-feira, 7 de junho de 2017
Descanso
Uma máquina humana de scripts, bom dia, boa tarde, algo mais, arquivos, números, nomes, tvs, roteadores e um mundo que como eu, não se socializa mais, onde estou? Deitada, sem vontade de pintar as bulas, ou de escrever poemas, ou de tentar qualquer outra coisa que me dê um sorriso, parece que minha vida parou no dia em que maria se foi, nada fez mais sentindo, não me entendo aqui, hoje, sete de junho de dois mil e dezessete e só faço parte de um colchão, não sinto a menor vontade de ver a luz lá fora, só ouço os pingos da chuva, então esta tudo bem.
Não tenho canto, não durmo com os pingos da chuva, com o som da música, com remédios, com o barulho do meu ouvido, e dormir é apenas a vontade e desejo que tenho, onde estou? Perdida.
Estaria perdida e sem esperança em qualquer lugar da terra, toda a gente está sofrendo, todo o universo esta em destruição, as árvores viram prédios administrativos, e a grama que foi comprada vira o enfeite de entrada, mas esta tudo bem, é só um caos universal que logo passa.
segunda-feira, 29 de maio de 2017
domingo, 28 de maio de 2017
Transpassar.
Quero que você atravesse meu peito de vez e faça de mim uma pequena parte tua, quero minha mão e a sua entrelaçadas em um gemer cordial, quero minha saliva humidecendo os teus lábios e a tua as minhas costas pequenas, que daria pra alagar inteira em apenas uma noite sua.
Quero minha língua em teus olhos e a menina dos meus a comer teu corpo inteiro. Atravesse de vez o meu peito, o meu rio, eu quero alagar-me de ti, quero teus dentes em minhas roupas, meu corpo, tuas unhas em meu casco, e eu inteira em teu corpo, quero o teu suor e o meu se misturando feito tinta no chão.
domingo, 23 de abril de 2017
Sós.
Sangue
Lágrima
Fome
Falta
Vômitos
Ruminar
Gritos
Silêncio
Somos mulheres tão sós que nada nos completa por muito tempo, nem amor, nem afeto, enquanto isso questionamos o que ainda falta, estamos rodeadas umas pelas outras, mas continuamos só, não há céus que nos complete ou poema que nos mude, não há arte que esteja perfeita ou palavras que estejam corretas. Estou só.
Não contamos o verdadeiro motivo do choro, enquanto a desculpa é o sumiço do antepassado e o medo dele, não contamos nada, não contamos com nada.
Estou amassada feito roupa que não me cabe mais, e continuo pensando estar de pé, estou só.
Somos mulheres só
Somos mulheres lua
Somos mulheres sol
Somos mulheres mães
Sorrimos, bebemos, nos abraçamos e nos amamos. Mas no fim somos solidão, somos casas vazias, onde quem entra fica pouco ou quando entram nós saímos.
Temo a solidão, mas ela me acompanha no meio de uma rua pequena, animada, com luzes amareladas, sou uma mulher só, e nesta vida ainda não há nada que me complete a alma.
(Im) permanência
No outro a barriga
No outro o seu vômito
Outro dia as pernas
Outro a comida
Um dia os rabiscos
No outro os hibiscos
Outro dia a dor
Outro dia a derrota
No outro o alagamento
No outro a morte.
Um dia feminista
No outro machista
No outro construtiva
Outro destrutiva, destruída
Corrói
É só a dor
Um dia lagarta
No outro asfalto
No outro película
No outro o outro.
Teatro da dança das outras.
Um dia mulher, noutras mulheres que choram, me esmagam com os seus gritos em meu colchão. Um dia ninguém, noutros, todos os dias solidão nessa cidade de cãibras.
Sonhos esquecidos.
quarta-feira, 29 de março de 2017
Passo a passo de como se apaixonar.
Primeiro encontre uma planta da qual goste muito e arranque um galho dela.
Segundo, pegue esse galho vá até o fim dele, e lasque o talo ao meu, apenas um pequeno pedaço, deixando a outra parte do galho inteira, depois, coloque esse galho em um copo com água, deixe alguns dias, acho que sete dias é o suficiente para brotar, durante este período de sete dias (fase de cada lua) vai vê a paixão brotar aos poucos, verá algumas finas e delicadas raízes sair desse corte que fizesse no galho.
Terceiro, para ser recíproco deve haver cuidado, se cuidar todos os dias essa planta vai crescer e te acompanhar para onde quiseres. Isso é paixão, que brota pouco a pouco, é o tipo de paixão que você faz nascer, crescer e viver mais do que você.
segunda-feira, 27 de março de 2017
Sussurro.
Acordei, escutei o sussurro em meus ouvidos e não voltei a dormir, fiquei esperando os próximos gritos que jamais voltariam na mesma noite, Maria gritava de dor, de raiva, de saudade, de amor, talvez de desespero por viver tanto tempo sendo parte de lençóis brancos, azuis, floridos, chegou um dia que ela não os quis mais, os deixou, nos deixou; E os seus gritos carrego comigo, vez em quando eles desaparecem, mas me acompanham com a mesma frequência da minha saudade. Eu a ouvi, em um leve susto do sono, era o sussurro da saudade. Era a voz da saudade.
sexta-feira, 17 de março de 2017
Março.
domingo, 5 de março de 2017
Carne-corpo-carnaval I
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017
Carne-corpo-carnaval
Os sábados de aleluia
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017
Pequeno conto amoroso I
terça-feira, 31 de janeiro de 2017
Mínima IV.
Out, 21 de 2016
domingo, 23 de outubro de 2016
Carta para D.
Deixei em sua casa alguns grampos de cabelo, acho que dois, que um dia ei de buscar. Deixei em teu peito o palpitar do meu coração, e a minha memória auditiva do pulsar do seu, Deixei em teu sexo meu melhor querer, o meu melhor anseio. Deixei em teus lábios meu gosto, meu seio, meu ser.
Pena que me deixou por outro peito de ombros largos que não tenho,
Se deixasse virava teu corpo inteiro do avesso e me vestia nele.
Deixou agora saudade, desejo, vontade de embriagar-me de ti por dias seguidos.
Deixasse em meu corpo todo o teu cheiro.
quinta-feira, 20 de outubro de 2016
Carta para Aurí.
Fora está angustia, tem a saudade que tem sido forte, fora isso tem a redução de vagas nas universidades, fora isso o Brasil em caos, fora isso, hoje tem chuva de estrelas cadentes e os muros da Tristeza me limitam ver o céu neste pequeno espaço retangular que moro. Cidade grande, de relações passageiras, Tem sido tempos difíceis para os que sentem, para os que se abalam, sou mulher, sinto muito, tu, poeta e ativista sentes mais. Parece que tudo ficou líquido, as relações se acabam de um dia para o outro, os sentidos das coisas não são mais vistos, talvez por isso essa agonia, e os meus olhos não param de jorrar, Não sei de onde tirei tanta angustia, tanta dor, tanta raiva, tanta vontade de sumir, me afogar em uma cachoeira. Na verdade, é o mundo que me deixa assim, sou eu, que não faço e não tenho sentido aqui.
Hoje a manhã estava tão bela, luzida, ensolarada, penteei os cabelos, brinquei com as plantas,desenhei uma sereia azul, mas depois os ciclo se voltou, as lágrimas de novo jorraram, caíram feito tempestade.
Espero que essa nossa dor passe, desejo que encontremos sentidos, ou que eu encontre, tu tem os teus que são belos e que incluí uma humanidade, sim, essas pessoas que tu ensina sobre a vida, na qual estou inclusa entre elas.
Porto Alegre, 20 de Outubro, 2016, Primavera, Cheia.
quarta-feira, 19 de outubro de 2016
Solitude.
Sobre ser só.
Atlântida e Babilônia cidades engolidas pelo caos da solidão, tão amadas que não existem, tão queridas quanto Tântalo.
A solidão da melhor companhia, trocados vivências de infância, a quinta foi uma gestação, a sexta o nono mês, o sábado o parto e o domingo conheces os irmãos na calma e cinzenta manhã. Levaremos todos para Atlântida para banhos em cachoeiras verdes, rios azuis. Partirei só ao amanhecer, depois das 05:00, deixo lembranças.
Enquanto as flores invadem os espaços da alma. Seguem bem vindos ao mangue.
terça-feira, 18 de outubro de 2016
Carta para Isabel.
Nego-me por inteira a crêr em teu peso, acredito em tua dor, em tua ânsia de viver, nas suas agonias, em teu criar.
Mas teu peso não!
Anjos não pesam, flutuam.
Sereias não pesam, flutuam nas superfícies das águas.
Mulheres não pesam, flutuam.
Tu não pesa, é luz aquarelada do fim de tarde.
No início da noite
E no meio da manhã quando se deita, cansanda pelo tempo.
Isabel, creio em tua insanidade, pois os insanos são os mais sensíveis que conheço. Tua insanidade eleva tua alma ao azul do céu.
Em teu peso me nego a crêr, sereias flutuam.
terça-feira, 11 de outubro de 2016
Expelir-se.
Moça não te vomites.
Todos os dias é o mesmo som, agoniante, você se joga pelo ralo.
Logo tu, que tentas a diferença é tão igual. Mulher entenda as questões da alma e aprenda a não ser igual as outras que tu diz que não é.
E os teus traços?
E as tuas cores?
E a tua solidão?
E a tua vontade?
São dela, ser dela.
Vão para ela.
Moça, te aceite, é melhor assim, dói tão pouco e a gente aprende a sorrir, não é fácil, mas muitas outras moças conseguiram, São só revistas, são só retratos, retalhos, pose de gente que finge beleza, mas a alma não é saudável, Mulher aprenda a ser a ti mesma, sei, é complicado, mas aos poucos conseguimos com dificuldade.
Mulher, cresça, teu corpo não é mais o mesmo e nem precisa ser, somos seres humanos metamorfoses, o corpo cresce e modifica-se junto com a idade, aprenda a ser a ti mesma.
São só autorretratos, são só imagens que a revista que não te compra quer comprar, não se compare, é só maquiagem, moça, não te vomites, a alma precisa respirar, e assim ela desce pelo ralo.
E tu, não consegues pensar, não consegues pintar, dançar, não consegue ser leve. Não te maltrate assim.
domingo, 25 de setembro de 2016
Dó de ti.
Por que o sol se foi e tua mãe também?
Por que as outras moças não te olhas e tu também?
Por que teu corpo é miúdo e tu também?
Mulher por que choras tanto assim?
Deve ser porque tem olhos pequenos e muita água acumulada no peito
deve ser porque não sabe de onde vem a calma, e nem pra onde ela vai.
Talvez seja porque a única pessoa que a ama partiu pra outra mata, deve ser porque se sente só!?
Mas menina, por que te alaga tanto assim? Nem moras em Mariana, mas também sentes dor.
Deve ser porque não se ama, porque deixou todo mundo ir com tua incerteza de viver.
Ei, por que choras tanto assim?
Deve ser porque teus olhos não vê direito e tua alma já que sair.
deve ser porque não tem um rio, pode ser que ela não foi, talvez seja porque morreu.
Deve ser por isso que essa moça chora tanto e não quer mais morar no jardim.
sábado, 24 de setembro de 2016
176
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
Pôr-se.
O passo que a tarde caminha para a noite é sagrado.
Cair-me
Você caiu
No meio de um monte de gente que nem te notava.
Você caiu
Aflita
Respiração ofegava
Doía o peito
Parecia que morreria ali
Os olhos não paravam de aguar
Você caiu
Em lágrimas o dia inteiro
Mas em casa sorriu
Fez piada
E a dor no peito não parava
Você caiu
Parece que vai demorar pra levantar.
Caiu em dor
Em um inferno que é o teu dia
Mas segue a rotina precisa
Inesquecível.
Você doía. Você se dói
Sempre sozinha.
quinta-feira, 2 de junho de 2016
Nostalgie
domingo, 19 de julho de 2015
Trovoando.
Que parecem arpejos dos céus,
os anjos gritam, choram ou dançam, mostram-se gota a gota, pingo a pingo.
E eu silêncio.
Porto Alegre, 13 de julho, 2015.
sábado, 18 de julho de 2015
Do Amor.
Não te doe, não te doa.
Toda vez que tu chora, meu coração se aperta.
Os rins se contorcem, e os ossos enrijecem.
Mulher, nunca sofras. Viro safra mal colhida e sofro junto.
Mulher não chores.
Pois toda vez que chora, meu peito se encolhe, e lá em silêncio ele também chora.
Mulher, não te cortes, não te vomites tanto assim, a vida veio sofrida pra todo mundo, não só pra ti. Mulher, não sofras, quando sentes dor, a terra toda se move.
E mais de uma alma sofre contigo.
Rosa.
-Mas Rosa é a flor mais silenciosa que já conheci.
segunda-feira, 8 de junho de 2015
Margaridas
Senti tanta saudade!
Não sei se de ti ou das margaridas.
Na verdade,
De te trazendo margaridas.
Margaridas brancas.
A mais bela ausência de cor.
Sidi Gama, em 04 de Maio, 2015.
Carta recebida em Junho, 08.
segunda-feira, 18 de maio de 2015
Âmor.
é essa coisa que não me deixa dormir
é uma moça que pula da árvore a suicidar-se.
O amor, uma loucura que muitos temem e todos querem
é um jogo de loteria.
O amor, é um não sei o quê, de não sei onde, que não vivo mas sinto.
O amor é a causa da eloquência de maioria
O amor é um menino que some de noite e aparece de dia
que entrou e saiu pela porta dos fundos
é uma dessas agonias que não sabemos as consequências,
é a vontade de concluir a vida
de adiantar as horas
de correr no tempo
O amor é o medo de morrer sozinho
é a transfiguração de dentro pra fora.
morro no mundo e não morro de amor!
sábado, 28 de março de 2015
Flora.
Cresceu flor
(de dia lua, de noite sol).
E morreu gente, eis o triste fim da natureza humana.
Perigos do Amor.
Pular de cabeça em um amor raso.
2.
Afogar-se num amor profundo.
Éliton Oliveira.
quinta-feira, 26 de março de 2015
Anjos.
Fui salva por um anjo.
Me levou para o inferno e paramos nos céus.
Por incrível que pareça seu nome era Gabriel.
Depois daquele sábado doce, nunca mais apareceu;
guardo seu abraço no corpo.
Ela.
Ela esqueceu os amores, o tempo e o clima, esqueceu-se de si mesma depois das dores do peito, do calor do céu e da lua que havia sumido durante um tempo.
Ela guardou-se feito caixa de presente, amassou-se, morfou-se, mas encontrou os seus melhores e mais guardados defeitos, as suas melhores e piores belezas guardadas no peito, escondidas na clareza da alma, ela desnudou-se e mudou-se para dentro.
Ela agora silencia e ora, faz prece, reza e dança, ela agora é sol.
Encontrou-se na sombra e sonhou toda a noite, ela esqueceu os irmãos Grimm, agora vive contando pra si.
Ela agora é corpo, ventre e fúria. Ela é a contradição da loucura, é a lucidez, a pessoa!
Ela sumiu na sombra, luziu!
Foto: Maria |
Carta online.
De: Raí Amorim
domingo, 22 de março de 2015
Dual.
Foto: Maria |
Não digas que és única.
Não digas que não pensas e que não muda.
Mulheres tem duas faces, uma que chora e outra que ama.
Diga-me que conta a mesma história de diversas formas para o teu filho
Diga-me que teu cabelo leão some quando entra no trem lotado de gente.
Mulheres sentem, mais que qualquer flor que nasce.
Não digas que tens a mesma opinião o tempo todo
Não digas que é imutável, porque eu já mudei de opinião.
Mulheres tem duas faces, uma que ama e outra que luta.
A fêmea pare e tem duas faces.
Vermelho rebu.
Do patriarcado, afinal as ideias mastigadas e trituradas saem bem melhor.
Mago Saramago - Caverna de Platão e as imagens
Hoje somos imagens, sons, nos desconstruímos do silêncio e do claro. Vivemos em uma sociedade onde não há visão horizontal, vertical ou traseira, não nos permitimos isso, criamos um mundo só nosso, nos prendendo aos nossos próprios, pré conceitos, conceitos e ideias das quais iludimos serem únicas, não nos deixamos adquirir opiniões, conhecimento, tribos, culturas, espaços, por mais que tentemos, que algumas pessoas digam que está livre a toda e qualquer mudança (ideia, opinião) até uma parte diferente de nós mesmos, acabamos que realmente nos perdemos de nós, somos nossa própria caverna, nos isolamos dos outros (imperceptivelmente) para construirmos um "mundo"nosso, onde nada se vê, nada se enxerga, tudo se perde.
Talvez seja esse o motivo deste grande caos mundial, onde se matam por religião, sexismo, violência e outros mil, o que agonia as pessoas é o sermos mutáveis, causando em outros um certo 'ódio' por poder, por querer, por sentir que precisamos incluir conhecimento sem radicalismo.